Não se vê mas ataca.
Ataca todos, sem discriminar raça, credo, idade, sexo, rico, pobre... todos estão debaixo de fogo.
É uma guerra silenciosa que se trava mesmo em silêncio, literalmente, - já ouviram? É quase ensurdecedor.
É uma guerra que, como em todas, recruta combatentes e aconselha-nos, a
nós, a ficar em casa. Não é necessário fugir para os abrigos nem
bunkers. Basta ficar em casa.
Mas há um senão: esta é uma guerra nova. O inimigo e as armas não são os do costume. Os soldados não são os mesmos.
Agora o inimigo está onde menos se espera, invisível; as metralhadoras,
submarinos, aviões e outros que eu própria desconheço e que custam
milhões aos cofres dos estados são completamente inúteis; os soldados é
que continuam a ser Homens e Mulheres grandiosos e corajosos que, mesmo
sem as "armas" necessárias para combater este inimigo, continuam na
frente da batalha por todos nós de forma estoica.
A todos eles (médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar, o padeiro, o
lavrador, o funcionário do supermercado, da mercearia, da farmácia, quem
recolhe o lixo que fazemos, ... a lista é maior por certo), a todos
eles a minha enorme gratidão.
A ti, a mim, a todos nós que ficamos em casa, cumpre-nos o dever de ser
solidários e ficar mesmo em casa. Esta é a nossa participação nesta
guerra da qual vamos sair diferentes. Espero e acredito que mais
humanos, mais gratos, mais solidários para com o outro, mais conscientes
da nossa vulnerabilidade e da nossa pequenez perante um Universo que,
quando é necessário, alinha, reorganiza e coloca-nos em pé de igualdade.
Que seja uma lição para todos nós!
Agora vamos todos à luta! Vamos ficar em casa!